BOLETIM INFORMATIVO: JANEIRO – JUNHO DE 2023
Inglês Francês
O Instituto de Formação para África (ATI) faz parte de uma rede de centros regionais de formação em todo o mundo que ajudam a desenvolver a capacidade de formulação de políticas dos países, transferindo competências e melhores práticas em questões económicas. Os seus cursos de formação destinam-se aos quadros dos governos e bancos centrais de 45 países membros da África Subsariana. Os cursos são ministrados em inglês e francês ou em inglês com interpretação simultânea para francês e português. Os atuais doadores e membros do instituto são: o Benim, o Gana, o Quénia, as Maurícias, Madagáscar, o Maláui, a Nigéria, a África do Sul, a Zâmbia, o Zimbabué, a China, o Banco Europeu de Investimento, a União Europeia e a Alemanha. O ATI está localizado em Bramer House, Ebène, Maurícias.
NESTE NÚMERO:
  • Destaques
  • Notícias e eventos
  • Formação do ATI
  • Webinários/atividades de sensibilização
  • Seminários de investigação entre pares do ATI
  • Comentários dos participantes sobre eventos de desenvolvimento das capacidades do ATI
  • Notícias do pessoal
Destaques por Sukhwinder Singh
Diretor do ATI


O ATI celebrou o 10.º aniversário em junho de 2023. Desde que iniciou as suas atividades em 2013, deu formação a mais de 7000 quadros de todos os 45 países da África Subsariana. Na primeira metade de 2023, recebeu 671 participantes nas Maurícias e ofereceu 24 cursos, 5 webinários e 5 seminários de investigação entre pares. De assinalar igualmente que foram ministrados pela primeira vez dois cursos recorrendo à modalidade mista – em modo virtual e em modo presencial – no ATI pelo Instituto para o Desenvolvimento das Capacidades (ICD) do FMI e pelo Departamento de Estatística (STA) do FMI, respetivamente – ambos com resultados muito promissores. Os cursos do ATI no primeiro semestre de 2023 abrangeram importantes políticas macroeconómicas e financeiras e temas nos domínios jurídico e estatístico, em linha com as prioridades da região a nível de políticas, assim como novas áreas prioritárias, como as moedas digitais de bancos centrais (no inglês “central bank digital currencies” – CBDC) e desigualdade de género e macroeconomia. Além disso, no âmbito do seu maior envolvimento na temática das alterações climáticas, o ATI, em colaboração com o AFRITAC, organizou dois workshops sobre “Alterações Climáticas e Políticas Macrofinanceiras”, destinados aos países membros da África Oriental e Austral.

O programa de trabalho para o exercício financeiro de 2024 (EF2024), o último ano da Fase II do ATI, que foi aprovado na 10.ª Reunião do Comité de Pilotagem do ATI, realizada em junho de 2023 em Kinshasa, prevê 44 cursos e 33 eventos complementares. O programa de trabalho visa estabelecer um equilíbrio entre as restrições orçamentais e os pedidos, provenientes de responsáveis políticos na região, de formação em matéria de políticas macroeconómicas e financeiras e estatísticas, assim como em novos domínios, como as alterações climáticas, a desigualdade de género e as fintech. O programa de trabalho para o EF24 também procura promover mais sinergias entre a formação e a assistência técnica prestada pelos centros técnicos regionais.

O atual contexto das operações do ATI é marcado por desafios macroeconómicos sem precedentes para muitos países na região da África Subsariana. A este respeito, o ATI gostaria de agradecer o apoio contínuo dos doadores das Fases I e II e dos parceiros externos e saúda as recentes contribuições e os compromissos de financiamento dos novos doadores (nomeadamente a União Europeia) e a duplicação da contribuição do país anfitrião, as Maurícias. Até à data, o ATI obteve compromissos de 22 dos seus 45 países membros. Contudo, será fundamental mais financiamento para garantir que o programa de trabalho do ATI para o EF24 está totalmente financiado e o ATI pode continuar a expandir as suas atividades para atender às necessidades de desenvolvimento de capacidades da região no EF24 e no futuro.

No início de 2023, o ATI despediu-se de Ian Nield e Charline Ramspacher, que ocuparam o cargo de conselheiros residentes em matéria de políticas macroeconómicas e financeiras desde 2016 e, ao mesmo tempo, deu as boas-vindas a dois novos conselheiros residentes, Priscilla Muthoora e Nicolas Aragon. Durante o exercício das suas funções, Ian Nield e Charline Ramspacher ministraram mais de 80 cursos, abrangendo um leque cada vez maior de temas, e partilham algumas das suas reflexões nesta edição. Mais recentemente, S. Ex.ª Vincent Degert, Embaixador da União Europeia na República das Maurícias e na República das Seicheles, também concluiu a sua missão. O embaixador Degert participou em vários eventos do ATI ao longo dos anos (tanto presencialmente como em formato virtual), partilhando a sua experiência e conhecimentos com os participantes. Também ele conta a sua experiência numa entrevista nesta edição. Em nome do ATI, gostaria de expressar os nossos sinceros agradecimentos ao Ian, à Charline e ao embaixador Degert pelos seus contributos para o ATI, desejando-lhes as maiores felicidades no futuro.



NOTÍCIAS E EVENTOS
REFLEXÕES DE CHARLINE RAMSPACHER E IAN NIELD, CONSELHEIROS RESIDENTES CESSANTES DO ATI


Charline Ramspacher
Ingressei no ATI em setembro de 2016, como consultora de longo prazo. Eu e a minha família mudámo-nos do Luxemburgo, onde tínhamos passado 10 anos a trabalhar no setor da banca. O meu filho Oscar tinha acabado de fazer 1 ano quando chegámos às Maurícias e, quase 7 anos depois, é com satisfação que dizemos que esta bonita ilha é a nossa “casa”.

Ao nível do centro, o ATI passou por muitas mudanças e desafios durante os últimos anos, desde repensar o modo de realização das atividades de DC (desenvolvimento das capacidades) durante os confinamentos causados pela COVID-19 até à mais recente expansão das operações. Mas, graças à equipa do ATI – um incrível grupo de pessoas –, oferecemos cada vez mais cursos, realizámos muito mais eventos e tornámos o centro num enorme êxito.

Não obstante o facto de me ter mudado recentemente para o Centro Regional de Formação e Assistência Técnica na Ásia do Sul do FMI (SARTTAC) em Deli, na Índia, na qualidade de nova conselheira macroeconómica, o meu coração estará sempre nas Maurícias e desejo ao ATI o maior sucesso no futuro. Mersi Moris.


Ian Nield
O ATI tinha pouco mais de quatro anos quando me juntei à equipa como perito de longo prazo (LTX) em outubro de 2016. Naquela altura, eram dados pouco mais de 20 cursos por ano e eram realizados um ou dois eventos complementares. A rotatividade dos LTX era elevada, por vezes quase 100% ao ano.

De alguma forma, seis anos mais tarde, quando mudei para dar assistência técnica (AT) no Centro de Assistência Técnica Financeira do Pacífico (PFTAC), o ATI tinha superado com sucesso a pandemia da COVID-19; aumentado consideravelmente as atividades realizadas (quadruplicaram durante a pandemia e duplicaram após a pandemia); alargado o leque dos materiais dos cursos, os modos e as modalidades de realização de eventos (por exemplo, eventos de intercâmbio entre pares, conferências virtuais); aberto as portas para incluir LTX de vários AFRITAC como conselheiros; contribuído para a prestação de AT com os AFRITAC; iniciado a prestação de AT do ATI; e constituído uma equipa estável de LTX.

O ATI ajuda a transformar os países, graças à dedicação da sua equipa e dos participantes. O ATI evoluiu em função das necessidades dos países membros. Dei um pequeno contributo para o sucesso do ATI. O meu contributo não teria sido possível sem o apoio e a dedicação da equipa à minha volta: os participantes nos cursos, os responsáveis pelos programas, a equipa de TI, os intérpretes, a administração do ATI e a Charline, a minha colega LTX.

Desejo a toda a equipa do ATI e aos participantes (futuros e antigos) as maiores felicidades no futuro.


ENTREVISTA A S. EX.ª VINCENT DEGERT, EMBAIXADOR CESSANTE DA UNIÃO EUROPEIA NA REPÚBLICA DAS MAURÍCIAS E NA REPÚBLICA DAS SEICHELES


A UE é um importante parceiro na área de DC na África Subsariana (ASS). Quais são as prioridades da UE para a região?

O quadro de política da UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento foi definido no Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento, que estabelece a visão política subjacente às propostas financeiras do Quadro Financeiro Plurianual (2021-2027). O principal objetivo da cooperação para o desenvolvimento da UE a nível global continua a ser a erradicação da pobreza e a implementação dos ODS da Agenda 2030 da ONU. A pandemia da COVID-19 expôs vários desafios à escala mundial e revelou novas prioridades políticas importantes, como colocar a saúde no centro da tomada de decisões e a relevância da estabilidade macroeconómica.

Mais perto de nós, definimos algumas prioridades mais específicas no tocante ao nosso apoio à região da ASS. Formulámos os nossos programas de apoio até 2027 em torno de seis domínios prioritários, designadamente:
  • desenvolvimento humano, nomeadamente em matéria de saúde, educação e competências;
  • governação, paz, segurança e cultura;
  • transição verde;
  • digital e ciência, tecnologia e inovação;
  • crescimento sustentável e emprego digno, nomeadamente integração económica, comércio e conectividade dos transportes, financiamento sustentável, investimento climático e desenvolvimento do setor privado; e
  • migração e deslocações forçadas.
Os vários choques sem precedentes abalaram a região. Como é que a UE está a responder aos planos de recuperação dos países?

A nível económico, a região da ASS enfrenta uma combinação raramente vista de choques e desafios a nível de políticas. A guerra da Rússia na Ucrânia está a causar enormes pressões sobre a economia mundial, fragilizando a recuperação pós-pandemia e colocando em risco a estabilidade macroeconómica. Um dos maiores riscos é o elevado nível de endividamento dos países. Sob a liderança do FMI, é necessário conceber cuidadosamente uma solução que envolva todas as partes interessadas, incluindo a China, na medida em que é um dos principais credores. Os decisores de políticas deparam-se com uma conjuntura extremamente complexa, que envolve soluções de compromisso difíceis para dar resposta tanto aos desafios emergentes quanto aos desafios sem precedentes a longo prazo, como o aumento da desigualdade, o agravamento da fragilidade e dos conflitos, o incremento do fosso digital e a ameaça existencial das alterações climáticas.

A UE decidiu apoiar os países através de programas que refletem uma “abordagem centrada nas pessoas”, assim integrando os princípios de “não deixar ninguém para trás” e “evitar os efeitos negativos da ajuda” e dando resposta às desigualdades. Os programas promovem a igualdade de género, a inclusão e uma abordagem baseada nos direitos humanos, bem como o investimento nas mulheres e nos jovens.

A nível económico, a UE tem um longo historial em termos de promoção de um ambiente macroeconómico sustentável e de realização de atividades de desenvolvimento de capacidades e de aprendizagem entre pares, com vista a apoiar o desenvolvimento e a implementação de políticas macroeconómicas e orçamentais robustas na região da ASS para que esta alcance um desenvolvimento económico sustentável. A 6.ª Cimeira entre a União Africana (UA) e a UE, em fevereiro de 2022, confirmou que a UA e a UE têm interesses convergentes em vários domínios, como a promoção de uma economia africana sustentável e geradora de emprego e o combate às alterações climáticas.

Porém, na minha opinião, a modalidade mais importante de apoio da UE aos países é através do nosso trabalho conjunto com o FMI. Como é sabido, a UE colabora de perto com o FMI. Temos vindo a financiar, em toda a África, os cinco centros regionais de assistência técnica do FMI (AFRITAC). A UE tem financiado o AFS desde a sua criação em 2011. O objetivo desta colaboração é apoiar políticas macroeconómicas, financeiras e orçamentais robustas na região e auxiliar a recuperação económica dos países no seguimento da pandemia da COVID-19. Tal contribuirá também para reforçar a integração regional e sustentar o crescimento económico nos 13 países do AFS. A ação contribui para a implementação da Global Gateway Africa e a estratégia da UE para a promoção do investimento em África.

Uma missão da UE visitou o AFS e o Instituto de Formação para África (ATI) no início de 2023, no sentido de discutir um novo acordo-quadro para a UE e o FMI. Pode falar um pouco sobre o acordo?

Como referi, há décadas que financiamos os AFRITAC regionais. Reconhecemos o sucesso do modelo de desenvolvimento de capacidades do FMI nos principais domínios macroeconómicos e a importância da sua complementaridade para o programa da UE. Não obstante as conquistas relevantes do passado, a UE decidiu, em 2022, continuar a apoiar os AFRITAC durante o período 2021-2027, a fim de contribuir para uma maior consolidação dos processos de reforma em África, tendo em conta o seu caráter de longo prazo. O novo apoio da UE ao FMI situa-se na ordem dos 50 milhões de euros e destina-se a 45 países da ASS. Esta ação apoia cinco centros na região da ASS:

S. EX.ª Vincent Degert, Embaixador da UE nas Maurícias, e Sukhwinder Singh, Diretor do AFS e do ATI, no workshop conjunto AFS-ATI sobre “Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público”, 7 de março de 2023

Pela primeira vez, a UE também está a apoiar o ATI. A UE está convicta de que o trabalho realizado pelos AFRITAC e o ATI é fundamental, uma vez que combina, de forma especial, os conhecimentos locais e o desenvolvimento de capacidades no terreno com o aconselhamento técnico estratégico, a experiência de ensino da sede do FMI e assistência técnica prática. Estes tipos de apoio respondem bem às diferentes necessidades dos países na região. A missão da UE, que visitou o AFS e o ATI em março de 2023, tinha como objetivo finalizar o acordo jurídico entre a UE e o FMI para um contrato no valor de 50 milhões de euros. A missão foi liderada pela nossa colega Vivien Rigler, da sede da Comissão Europeia em Bruxelas. Ela fez-se acompanhar por uma das minhas colegas da Delegação da UE nas Maurícias, Lalita Nosib. Juntamente com um dos nossos colegas do FMI baseados em Bruxelas, Benoit Wiest, trabalharam estreitamente com o AFS e a equipa do ATI ao longo de uma semana para chegar a acordo sobre os objetivos conjuntos que devem ser concretizados com este novo apoio. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Diretor do AFS e do ATI, Sukhwinder Singh, que, juntamente com toda a sua equipa, foi crucial para a finalização bem-sucedida deste acordo. O acordo foi assinado em 16 de junho de 2023. É com muito orgulho que informo os leitores que este novo apoio a 45 países em África será gerido pela minha delegação baseada aqui nas Maurícias. Esperamos colaborar de perto com o AFS, o ATI, os outros AFRITAC e o FMI, tendo em vista a implementação com êxito deste novo acordo marcante.

Vai sair após quatro anos nas Maurícias. Tem alguma história ou recordação que gostasse de partilhar com os nossos leitores?

Cheguei às Maurícias em setembro de 2019. O meu tempo nas Maurícias caracterizou-se por três grandes choques. O primeiro, obviamente, foi a pandemia da COVID-19, que começou em março de 2020. O segundo choque ocorreu em maio de 2020, quando as Maurícias entraram na lista de alto risco da UE em matéria de branqueamento de capitais, no seguimento da sua inclusão por parte da OCDE/GAFI. Como se não bastassem estes choques, em julho de 2020 teve lugar outro choque – a catástrofe do derramamento de petróleo do petroleiro Wakashio. Estes três choques marcaram-me para sempre, uma vez que me mantiveram muito ocupado durante o meu tempo nas Maurícias. Gostaria de referir que a UE copresidiu ao Comité de Coordenação de Assistência Técnica (CCAT), que foi criado conjuntamente com outros parceiros de desenvolvimento com o objetivo de supervisionar e auxiliar as autoridades das Maurícias nos esforços para reforçar o regime de CBC/FT. Tratou-se de uma conquista louvável, porque auxiliou as autoridades a satisfazer os requisitos de conformidade técnica do GAFI e a sair da lista cinzenta do GAFI e da lista de alto risco da UE, ao mesmo tempo que melhorou as notações de risco do país. Estou a referir este tema para que os leitores estejam cientes das implicações de uma boa governação financeira e da diligência devida. Tendo em conta a sua arquitetura económica e financeira, continua a ser fundamental que as Maurícias protejam a integridade do seu sistema financeiro,

A UE também desempenhou o seu papel ao rever o processo de inclusão na lista de CBC/FT. Agora, contamos com listas mais ágeis, com sanções que são diretamente proporcionais aos riscos e com recomendações de melhoria que acompanham a inclusão na lista.


10.ª REUNIÃO DO COMITÉ DE PILOTAGEM DO ATI, KINSHASA, REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO, 15 DE JUNHO DE 2023


Numa altura em que o ATI assinala a primeira década de funcionamento – durante a qual a escala das atividades aumentou rapidamente –, o Comité de Pilotagem realizou a sua 10.ª Reunião a 15 de junho de 2023, em Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC), sob a presidência de Nicolas Kazadi Kadima-Nzuji, Ministro das Finanças da RDC. A Reunião do Comité de Pilotagem contou com a participação de 97 pessoas (tanto presencialmente como em modo virtual) e 18 países membros doadores. O Comité de Pilotagem saudou o plano de trabalho para o exercício de 2024 e apoiou: i) a sua incidência em temas essenciais tradicionais no domínio da macroeconomia e finanças, incluindo questões conjunturais cruciais, como a sustentabilidade da dívida e orçamental; ii) o aumento das formações sobre novas prioridades, como o clima, a digitalização e o género; iii) a combinação das modalidades de realização no formato presencial e virtual, que contribuem para atender ao excesso de procura à luz das limitações financeiras e a inovação contínua com modalidades híbridas e mistas; e iv) a prossecução do aprofundamento das parcerias com outros centros regionais de desenvolvimento de capacidades do FMI para ajudar a responder à procura não satisfeita. O Comité de Pilotagem agradeceu a todos aqueles que contribuíram financeiramente para o ATI. Mais especificamente, salientou o recente reforço do compromisso do país anfitrião, as Maurícias, para com o ATI e agradeceu à União Europeia pelo primeiro contributo da Comissão Europeia para o ATI. O ATI e o FMI expressaram o seu agradecimento às autoridades da RDC pela sua hospitalidade e por facilitarem a organização da 10.ª Reunião do Comité de Pilotagem.

RETIRO DOS DIRETORES ADMINISTRATIVOS E PESSOAL LOCAL DOS RCDC DE 2023


O Retiro dos Diretores Administrativos e Pessoal Local dos Centros Regionais de Desenvolvimento das Capacidades (RCDC) de 2023 decorreu de 27 de fevereiro a 3 de março, na sede do FMI em Washington. O programa abrangeu vários tópicos, como RH, CDMAP, instalações e serviços corporativos, gestão e controlos financeiros, assim como comunicações e tecnologia. Kanand Gooly, Chefe de Administração, e Wenda Morin, Responsável de Programas, representaram o ATI neste retiro.

WORKSHOPS DO ATI SOBRE “ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E POLÍTICAS MACROFINANCEIRAS” COM O AFE E O AFS


O ATI coorganizou dois workshops sobre “Alterações Climáticas e Políticas Macrofinanceiras” com o AFE e o AFS, respetivamente. O primeiro workshop ATI-AFE teve lugar na Kenya School of Monetary Studies, em Nairobi, de 6 a 10 de março, tendo contado com 25 participantes da Etiópia, Quénia, Maláui, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda. Os comentários finais estiveram a cargo do ex-governador do CBK, Dr. Patrick Njoroge, que salientou o desafio colocado pelos choques climáticos e a importância de integrar as alterações climáticas na formulação de políticas. De 5 a 9 de junho de 2023, o ATI e o AFS colaboraram com o SARB e organizaram o workshop em Joanesburgo, na África do Sul. O workshop contou com a participação de 30 técnicos de 10 países do AFS. Os participantes no workshop ficaram familiarizados com temas como os riscos e as vulnerabilidades climáticas, o reforço da resiliência através da adaptação, as políticas de mitigação, a gestão dos riscos orçamentais e financeiros, bem como a mobilização de financiamento climático. Foram também apresentados aos participantes instrumentos que o FMI tem vindo a desenvolver para integrar as alterações climáticas e as catástrofes naturais nos quadros de políticas. Além disso, foram realizadas apresentações de alguns países para promover a aprendizagem entre pares. Os workshops também contaram com a participação de parceiros externos, incluindo, até ao momento, técnicos do FCDO, USAID e GCF. O ATI tenciona colaborar com outros centros regionais de assistência técnica para oferecer workshops semelhantes na região da ASS.

O ATI EM NÚMEROS






Entre janeiro e junho de 2023, 671 quadros de 49 países da África Subsariana participaram em cursos do ATI. A procura continua bastante elevada, com o total de candidaturas durante este período a cifrar-se em 3109, sendo, em média, quase 5 vezes superior à oferta.

Em consonância com os esforços para incentivar a participação feminina, a taxa de aceitação de candidaturas de mulheres foi de 29%, por comparação com 18% para as candidaturas de homens. Como resultado, as mulheres representam 40% do total de participantes.

O ATI também tem vindo a incentivar uma maior participação, sobretudo de países lusófonos, o que está refletido no aumento de 10% no período julho-dezembro de 2022 para 12% no período janeiro-junho de 2023. Um dos fatores que mais contribui para este aumento é a realização de todos os cursos com interpretação para português.



FORMAÇÃO DO ATI



Entre janeiro e junho de 2023, o ATI organizou 24 cursos sobre temas essenciais do FMI e novas prioridades, incluindo, entre outras, género, fintech, corrupção e moedas digitais. Em seguida, damos destaque a quatro destes cursos, sendo que os restantes estão elencados no Quadro 1.

FORMAÇÃO DO ATI
Inclusão Financeira e Desenvolvimento Financeiro
9 a 27 de janeiro de 2023


O ICD ministrou o seu primeiro curso misto sobre Inclusão Financeira e Desenvolvimento Financeiro no ATI de 9 a 27 de janeiro de 2023. O curso foi composto por uma semana de formação virtual e outra semana de participação presencial nas Maurícias, com uma pausa de uma semana pelo meio. A componente virtual utilizou sessões assíncronas e síncronas e abrangeu temas conceptuais sobre o desenvolvimento dos mercados de capitais, o acesso das PME a financiamento e as fintech. A componente presencial teve uma vertente mais prática e incluiu discussões sobre estudos de caso, workshops e apresentações sobre a avaliação do desempenho dos três sistemas financeiros em África. Os facilitadores do curso ficaram satisfeitos com o resultado deste curso de aprendizagem misto. Por comparação com os cursos presenciais e virtuais, o envolvimento dos participantes foi bastante mais rico, mais frequente e mais amplo, proporcionando mais oportunidades de aprendizagem entre pares. Este formato foi mais flexível e possibilitou uma maior personalização para dar resposta às questões e preocupações suscitadas durante o curso. Em resposta ao forte interesse manifestado pelos participantes, durante esta edição do curso foi acrescentado um estudo de caso sobre a tributação dos pagamentos móveis.


Sustentabilidade da Dívida e Reestruturação da Dívida
17 a 20 de janeiro de 2023


O curso sobre Sustentabilidade e Reestruturação da Dívida, apresentado pelo Departamento Jurídico, em conjunto com o Departamento de Estratégia e Políticas, o Departamento de Mercados Monetários e de Capitais e o Departamento de África do FMI, teve lugar no ATI de 17 a 20 de janeiro de 2023. Marcaram presença 36 técnicos governamentais de 26 países da África Subsariana. O curso apresentou uma visão geral dos instrumentos para a análise da sustentabilidade da dívida, das práticas de gestão da dívida soberana, dos princípios e enquadramentos para a reestruturação da dívida soberana, incluindo experiências passadas dos países, e do papel, mandato e políticas do FMI relativamente à reestruturação da dívida soberana dos seus países membros. O curso apresentou ainda uma panorâmica do apoio disponível no continente aos países que iniciam operações de reestruturação da dívida soberana. No âmbito desta apresentação, técnicos do Banco Africano de Desenvolvimento, da Facilidade Africana de Apoio Jurídico (ALSF) e do Banco Mundial abordaram o eventual apoio que as respetivas instituições poderão conceder.


Desigualdade de Género e Macroeconomia
30 de janeiro a 3 de fevereiro de 2023


Aproveitando o sucesso do curso pioneiro do ATI sobre género e macroeconomia, o ICD acrescentou ao seu programa um novo curso intitulado “Desigualdade de Género e Macroeconomia”. A primeira edição presencial do curso teve lugar no ATI de 30 de janeiro a 3 de fevereiro de 2023 e gerou muito interesse, tendo sido recebidas 136 candidaturas para 26 vagas. Os participantes estavam ansiosos por partilhar as experiências dos respetivos países, o que resultou em discussões e debates muito animados durante o curso. Os participantes também se mostraram muito interessados durante a apresentação da Estratégia de Género de 2022 do FMI, que coincidiu com o primeiro dia do curso. O curso recebeu uma pontuação geral de 4,8 em 5 e os participantes registaram ganhos de aprendizagem consideráveis – em média, 13,3%.


Curso Misto de Introdução aos Indicadores de Alta Frequência/CNT
24 a 28 de abril de 2023


O STA, com o apoio do ATI e com financiamento do Data for Decisions Fund, organizou um curso sobre Contas Nacionais Trimestrais e Indicadores de Alta Frequência, recorrendo a um formato misto pela primeira vez. O curso incluiu uma componente online assíncrona e uma secção síncrona dada no ATI. Durante a parte assíncrona, os participantes completaram os materiais ao seu próprio ritmo, com a ajuda dos palestrantes nos horários programados. A secção síncrona centrou-se em problemas de compilação práticos. Os participantes atribuíram uma pontuação bastante elevada ao curso (4,9 em 5) e registaram fortes ganhos de aprendizagem de cerca de 32%.

WEBINÁRIOS/ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO




Para complementar a formação presencial e diversificar as modalidades de prestação de atividades de DC, o ATI organizou cinco eventos complementares aos cursos (webinários, conferências virtuais, workshops e atividades de sensibilização) entre janeiro e junho de 2023. Três encontram-se resumidos no Quadro 2, ao passo que os outros dois são apresentados abaixo.



WEBINÁRIO
Gestão do Risco das Reservas Internacionais
28 a 30 de março de 2023


Um webinário de três dias abordou a aplicação da estratégia de Gestão do Risco Empresarial – utilizada para identificar e gerir os riscos enfrentados pelas empresas, tendo em conta, ao mesmo tempo, a apetência pelo risco e a tolerância ao risco – à gestão das reservas cambiais. O Vice-Governador do Banco de Israel (BdI) e peritos do Banco Central do Brasil (BCC) e do Departamento de Mercados Monetários e de Capitais do FMI (MCM): i) discutiram o papel do quadro de ERM no apoio à tomada de decisão ao promover uma maior governação, transparência e alocação de recursos de forma eficiente; ii) explicaram de que modo a ERM pode ser utilizada na prática para fins de gestão das reservas internacionais; iii) partilharam a abordagem do FMI à utilização da ERM para gestão das reservas cambiais; e iv) deram exemplos ilustrativos e práticos das experiências do BCC, BdI e do FMI sobre a matéria.


WEBINÁRIO
Capítulos 3 e 4 das Perspetivas Económicas Mundiais
12 de junho de 2023


O ATI realizou uma apresentação virtual de dois capítulos analíticos das Perspetivas Económicas Mundiais de abril de 2023. Mais de 350 pessoas da região da ASS assistiram à sessão. Andrea Presbitero (Subchefe de Divisão no Departamento de Estudos) explicou em que medida a fragmentação está a conduzir a um realinhamento dos fluxos de IDE. Sakai Ando aflorou de que forma os episódios de consolidação orçamental do passado podem ajudar a compreender os atuais desafios em matéria de política orçamental nos vários países. As discussões centraram-se, entre outros temas, em como os países podem melhorar as condições para atrair IDE e sobre a importância da composição da consolidação orçamental. Também foram mencionadas as implicações distributivas das várias matrizes de consolidação.



SEMINÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO ENTRE PARES E O ATI



Durante o período de janeiro a junho de 2023, o ATI deu continuidade à sua série de Seminários de Investigação entre Pares (P2PRS) para ajudar a expandir as redes de investigação na região da ASS e oferecer uma plataforma para os técnicos interessados das organizações governamentais e os académicos da região apresentarem as suas investigações em curso. As apresentações dos cinco P2PRS (ver Quadro 3) abrangeram artigos sobre a governação, o setor bancário e a energia, entre outros. Todas as apresentações estão disponíveis aqui em inglês, francês e português.

COMENTÁRIOS DOS PARTICIPANTES


132 ... não fiquei defraudado com o que tinha ouvido dos meus colegas que já tinham participado em cursos do ATI Christian Lubabila KANDOLO, Economista/Assistente, Departamento de Estudos e Estatísticas, Banco Central do Congo
AT 23.23 Programação e Políticas Financeiras
Gostei muito da minha estadia nas Maurícias (as paisagens, o oceano e as visitas a outras cidades) e, pela primeira vez, não fiquei defraudado com o que tinha ouvido dos meus colegas que já tinham participado em cursos do ATI. Relativamente ao curso, foi bastante enriquecedor em termos de conteúdos. Os workshops foram bem preparados, a fim de conseguirmos assimilar os diferentes temas apresentados pelos oradores. Foi uma ótima experiência partilhar os nossos conhecimentos com os outros participantes. Espero poder vir a receber mais convites para outros cursos nas Maurícias.

132 Um conjunto de conhecimentos fundamentais para os países numa situação de elevado risco de sobre-endividamento Frank PRAH, Economista, Departamento de Estudos, Banco do Gana, Gana
AT 23.20V Sustentabilidade da Dívida e Reestruturação da Dívida
O curso foi oportuno e elucidativo. Relativamente à reestruturação da dívida soberana, sinto-me muito mais capacitado para avaliar melhor o que fazer e quando, o que tem de ser evitado, os custos e os benefícios do processo e como minimizar os custos inevitáveis. Na minha opinião, trata-se de um conjunto de conhecimentos fundamentais para os países numa situação de elevado risco de sobre-endividamento, que estão perante uma reestruturação iminente. Ajudará a evitar erros escusados, que poderão agravar o custo socioeconómico do processo.

132 ... esta formação, muito enriquecedora e dinâmica, cumpriu na perfeição as minhas expectativas Sarindralalaina RAHOILISOA, Assistente, Direção de Estudos, Aprovação e Resolução, Banco Central de Madagáscar, Madagáscar
AT 23.28 Reestruturação e Resolução Bancárias
Tive o privilégio de participar na formação ministrada pelo ATI-FMI em Ebène, nas Maurícias, de 27 a 31 de março, sobre reestruturação e resolução bancárias. Enquanto técnica de resolução da Comissão de Supervisão Bancária e Financeira de Madagáscar, esta formação, muito enriquecedora e dinâmica, cumpriu na perfeição as minhas expectativas, graças também à competência dos formadores. Obrigada a todos aqueles que contribuíram para o sucesso desta formação.



NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL
NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL: PRISCILLA MUTHOORA
Priscilla Muthoora ingressou no ATI, na qualidade de conselheira residente sobre Políticas Macroeconómicas e Financeiras, em janeiro de 2023. Anteriormente, exerceu o cargo de economista sénior no Departamento do Médio Oriente e Ásia Central do FMI. Foi contratada por esta instituição em 2009 e participou em várias missões a países da África Subsariana. Além disso, já trabalhou na equipa principal de coordenação da produção do Fiscal Monitor do FMI. A sua investigação centra-se nos temas de política orçamental e instituições, desigualdade e a economia política do crescimento inclusivo. Tem um mestrado em Economia do Desenvolvimento e é doutorada em Economia pela Universidade de Oxford.

NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL: NICOLAS ARAGON
Antes de ingressar no AFRITAC Sul e no Instituto de Formação para África, Nicolas Aragon trabalhou no Banco Nacional da Ucrânia como economista principal. Ao longo desse período, trabalhou na Divisão de Estudos Económicos e apoiou diversas respostas a nível de políticas durante a COVID-19 e a guerra. A sua investigação é direcionada para políticas e centra-se no cruzamento entre crises económicas, crescimento e respostas em matéria de políticas, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Lecionou igualmente na Universidade Carlos III em Madrid e na Kyiv School of Economics. Trabalhou ainda no USB como especialista em modelação do risco. É cidadão da Argentina e doutor em Economia pelo Instituto Universitário Europeu.

NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL: NADEEM JEETUN
Nadeem Jeetun ingressou no Instituto de Formação para África em março de 2023. Anteriormente, desempenhou o cargo de economista no Banco das Maurícias, onde passou 7 anos sobretudo na Divisão de Economia e Estudos, com passagens pelo Gabinete do Governador e pelo Departamento de Moeda. As suas áreas de trabalho incluíram a política monetária, as previsões e a investigação económica aplicada. Antes de trabalhar no banco central, Nadeem exerceu cargos nos setores das telecomunicações e estudos de mercado. Nadeem é licenciado em Economia pela University College London e mestre em Economia Empresarial pela City University de Londres. Além disso, é Certified Project Management Associate IPMA-Nível D.

NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL: SANDHYA RUGHOO
Há cerca de uma década que Sandhya Rughoo trabalha no setor da educação. As suas especialidades incluem as áreas de auditoria e melhoria de processos. Passou a maior parte da sua carreira na Austrália, no Australian Institute of Business, onde subiu diversos degraus até se tornar responsável pelo Departamento de Avaliações. Na qualidade de técnica certificada pela Blackboard, também participou na implementação de outros sistemas de informação para estudantes e sistemas de aprendizagem para estudantes, como o Moodle. O seu sentido de organização e paixão pela partilha do conhecimento com outras pessoas ajudou-a a liderar a sua própria equipa na Universidade Aberta das Maurícias, antes de ingressar no Instituto de Formação para África do FMI a 16 de janeiro de 2023.

NOTÍCIAS DOS MEMBROS DO PESSOAL: MOKSHADA RAUMNAUTH
Apaixonada pela matemática, as suas ligações complexas com a resolução de problemas e possibilidades infinitas, Mokshada tem uma licenciatura em Matemática e Estatística e um mestrado em Estatística Aplicada com Investigação Operacional. Antes de entrar no Ministério da Integração Social, Segurança Social e Solidariedade Nacional, onde trabalhou durante 6 anos para apoiar a iniciativa do governo destinada à população marginalizada, foi estagiária como professora de matemática numa escola secundária, onde procurou incentivar as raparigas a ter gosto pelas disciplinas STEM. Mokshada ingressou no Instituto de Formação para África em dezembro de 2022.
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AGRADECIMENTOS

A 10.ª Edição do Boletim Informativo foi elaborada por Sukhwinder Singh (Diretor), Carlos de Resende (Subdiretor) e Priscilla Muthoora (Economista Sénior). Wenda Morin, Responsável de Programas, coordenou o processo logístico e editorial. Gostaríamos de expressar, em particular, o nosso profundo apreço às seguintes pessoas:
  • Vimal Thakoor, Economista Sénior, ATI-FMI, Maurícias
  • Nicolas Aragon, Economista, ATI-FMI, Maurícias
  • Nadeem Jeetun, Analista Económico, ATI-FMI, Maurícias
  • Kanand Gooly, Chefe da Administração, ATI-FMI, Maurícias
  • Deena Veerapen, Responsável de Programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Diksha Ramdawa, Responsável de Programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Anna Joorun-Somna, Responsável de Programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Mokshada Raumnauth, Responsável de Programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Sandhya Rughoo, Responsável de Programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Shamneez Mohamudbucus, Administradora de TI, ATI-FMI, Maurícias
  • Steeve Rackin, Técnico de TI, ATI-FMI, Maurícias
  • Charline Ramspacher, Conselheira Residente cessante do ATI
  • Ian Nield, Conselheiro Residente cessante do ATI
  • Christian Lubabila Kandolo, Banco Central do Congo, República Democrática do Congo
  • Frank Prah, Banco do Gana, Gana
  • Sarindralalaina Rahoilisoa, Banco Central de Madagáscar, Madagáscar