BOLETIM INFORMATIVO: JULHO - DEZEMBRO DE 2023
Inglês Francês
O Instituto de Formação para África (ATI) faz parte de uma rede de centros regionais de formação em todo o mundo que ajuda a desenvolver a capacidade de formulação de políticas dos países, ao transferir competências e melhores práticas em questões económicas. Os seus cursos de formação destinam-se aos quadros dos governos e bancos centrais de 45 países membros da África Subsariana. Os cursos são ministrados em inglês e francês, ou em inglês com interpretação simultânea para francês e português. Os atuais parceiros doadores e membros do instituto são: a África do Sul, o Benim, o Gana, as Maurícias, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Nigéria, o Quénia, a República Democrática do Congo, as Seicheles, a Zâmbia, o Zimbabué, o Banco Europeu de Investimento, o BMF-Alemanha, a China e a União Europeia. O ATI está localizado em Bramer House, Ebène, Maurícias.
NESTE NÚMERO
  • Destaques
  • Notícias e eventos
  • Formação do ATI
  • Webinários/atividades de sensibilização
  • Seminários de investigação entre pares e do ATI
  • Comentários dos participantes sobre eventos de desenvolvimento das capacidades (DC) do ATI
Pontos altos por Sukhwinder Singh
Diretor do ATI


Os últimos seis meses foram extremamente agitados para o ATI. Antes de assinalar alguns dos pontos altos, gostaria de reconhecer o enorme contributo dado por Carlos de Resende, diretor-adjunto do ATI, ao Instituto. O Carlos entrou em plena pandemia e conduziu o Centro durante o período mais difícil, desde a sua inauguração. A sua excelência no ensino, perspicaz visão estratégica, sustentada pela análise e fortes aptidões diplomáticas e de gestão farão muita falta ao ATI.

Um novo acordo com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para o financiamento de cursos no ATI é um passo importante no aprofundamento do compromisso com este país, o maior doador para o desenvolvimento das capacidades do FMI. O primeiro curso a ser apoiado será sobre sustentabilidade orçamental, e decorrerá em fevereiro de 2024.

Outra novidade deste semestre foi o lançamento pelo ATI, em novembro, da série de webinários sobre o clima, que visa promover a aprendizagem entre pares sobre questões relacionadas com o clima e a macroeconomia, com um forte foco em políticas para gerir os riscos climáticos. O primeiro seminário foi sobre financiamento climático. Fique atento a mais eventos, nos próximos meses.

O ATI prosseguiu os seus esforços de atuação a nível regional, com workshops sobre alterações climáticas e políticas macrofinanceiras, na Costa do Marfim e Nigéria, e de apoio anual ao processo de avaliação macroeconómica pelos pares da SADC, através de um curso de 2 semanas realizado na África do Sul. O ATI também colaborou com o BAfD, organizando formação sobre a sua Autoestrada da Informação em África, incluindo a Plataforma de Dados Abertos.

Outros destaques deste semestre, descritos em mais pormenor no boletim, incluem cursos de Política Monetária, regulação das FINTECH e política e administração fiscal. Esta iniciativa foi complementada por webinários sobre as mais recentes perspetivas económicas para a África Subsariana e questões de grande atualidade, incluindo o mais recente trabalho do FMI sobre GOVTECH. Congratulo-me por poder dizer que demos continuidade à série de seminários de investigação entre pares, que permite a investigadores de instituições públicas discutir o seu trabalho com ex-alunos do ATI e o corpo técnico do FMI, com um documento sobre Política Monetária no BEAC. Incentivamos quadros do governo a submeter para apreciação os seus documentos.

Finalmente, temos estado a trabalhar na preparação de uma conferência para assinalar os primeiros 10 anos do ATI, em janeiro de 2024. Este tema será melhor explorado no próximo boletim; por agora, disponibilizamos a ligação para o sítio web da conferência.



NOTÍCIAS e EVENTOS
O adeus a Carlos de Resende, diretor-adjunto (2020-23)

Em julho de 2023, o ATI despediu-se de Carlos de Resende, que ocupava o cargo de diretor-adjunto, desde setembro de 2020. O mandato do Carlos foi caracterizado pelo alargamento das atividades do ATI e exploração de novos métodos de ensino no contexto da pandemia de COVID-19. Carlos relembra, assim, a sua passagem pelo ATI:

“Como diretor-adjunto do ATI, entre setembro de 2020 e julho de 2023, foi com imensa satisfação que pude contribuir para as operações de DC do FMI. O ponto alto da minha função foi estar no terreno, numa posição privilegiada, perto das necessidades de DC dos países membros, interagindo diretamente com os participantes do curso e colaborando com as autoridades dos países membros do ATI. Testemunhar a transformação significativa do ATI durante este período, incluindo a transição para a modalidade de formação remota pós-COVID, a rápida ampliação das operações e a introdução de modalidades inovadoras de aprendizagem mista e híbrida, foi desafiador e gratificante. Tive a sorte de ter tido o apoio e a orientação de dois diretores visionários do ATI – Abdoul Wane e Sukhwinder Singh – que deixaram a sua marca no percurso da ATI para a vanguarda da excelência em formação do FMI. Regressei a Washington com um sentimento de dever cumprido, certo de ter contribuído para manter o Centro bem posicionado para continuar a fornecer serviços de desenvolvimento de capacidades orientados pela procura e de alta qualidade aos países da África Subsariana”.


Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA)



Em 17 de novembro de 2023, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) assinaram a sua primeira parceria de financiamento do desenvolvimento de capacidades. O FMI esteve representado pelo diretor do Instituto para o Desenvolvimento das Capacidades, Dominique Desruelle, e a JICA esteve representada pelo seu vice-presidente sénior, Masao Yahara. No âmbito deste acordo, a JICA financiará um curso de formação sobre sustentabilidade orçamental, ministrado pelo Instituto de Formação para África e destinado a funcionários dos países subsarianos, durante o exercício financeiro de 2024. O FMI agradece à JICA o seu apoio financeiro aos esforços de capacitação económica em África.


Nova série de webinários sobre clima

Em novembro de 2023, o ATI lançou uma nova série de webinários entre pares sobre Mudanças Climáticas (a “Série Clima”). A série de webinários é um componente integral da Estratégia do ATI de Desenvolvimento de Capacidades sobre Alterações Climáticas (CCCDS) e visa promover intercâmbios entre os países membros do ATI, decisores de políticas e académicos sobre riscos climáticos e respostas em matéria de políticas. A Série Clima inaugural foi lançada em 14 de novembro de 2023 e contou com uma apresentação de Torsten Ehlers e Charlotte Gardes-Landolfini sobre “Políticas do setor financeiro para desbloquear o financiamento climático privado em mercados emergentes e economias em desenvolvimento”, do Relatório de Estabilidade Financeira Mundial de outubro de 2023. O webinário foi moderado por Vimal Thakoor, assessor residente para a Macroeconomia e Alterações Climáticas do ATI, e contou com a presença de mais de 200 participantes da África Subsariana.


Workshop de colaboração regional
sobre alterações climáticas e políticas macrofinanceiras


O ATI, o AFRITAC Ocidental (AFW) e o AFRITAC Central (AFC) organizaram um workshop no hotel Movenpick, em Abidjan, entre 18 e 22 de março, e no Banco Central da Nigéria, em Abuja, juntamente com o AFW2, entre 25 e 29 de setembro de 2023. Noventa e oito participantes familiarizaram-se com temas como os riscos e as vulnerabilidades climáticas, o reforço da resiliência através da adaptação, as políticas de mitigação, a gestão dos riscos orçamentais e financeiros, bem como a mobilização de financiamento climático. Foram também apresentados aos participantes os instrumentos que o FMI tem vindo a desenvolver para integrar as alterações climáticas e as catástrofes naturais nos quadros de políticas. Além disso, alguns países realizaram apresentações para promover a aprendizagem entre pares. Estes workshops, baseados nos homólogos do Quénia e da África do Sul, apresentaram a análise e as ferramentas do FMI sobre as alterações climáticas. O leque de temas (riscos e vulnerabilidades climáticas, políticas de mitigação, políticas de adaptação, riscos do setor financeiro e orçamentais) e de ferramentas (DIGNAD, DDT com desastres naturais - DDT-ND, GFP Verde e PIMA Climático) permitiu aos participantes compreender as ligações macrofinanceiras e o modo como o FMI pode apoiar os países membros.

Após duas colaborações muito bem-sucedidas para a realização de workshops de formação regionais, no primeiro semestre de 2023, na África Oriental e Austral, o ATI realizou mais dois workshops na Costa de Marfim (em parceria com o AFRITAC Central) e na Nigéria (em parceria com o AFRITAC Ocidental), em setembro de 2023. Estes dois workshops regionais contaram com um total de 98 participantes. Várias pessoas mencionaram que os temas abordados eram altamente relevantes para o seu trabalho e que os ajudariam a incorporar as questões climáticas nas políticas dos respetivos países. O ATI gostaria de agradecer ao Banco Central da Nigéria por sediar um dos workshops regionais nas instalações de seu instituto de formação:

“O ATI agradece ao Banco Central da Nigéria e sua equipa por disponibilizar a sua academia de formação para o workshop e a hospitalidade dispensada aos participantes do seminário”.

-Vimal Thakoor, assessor residente, ATI

Workshop na Costa de Marfim – 18 a 22 de setembro de 2023

“... Foi uma grande oportunidade para a partilha de conhecimento e aprendizagem entre os atores estatais (ministérios da economia e do ambiente) e dos bancos centrais que compararam como veem as alterações climáticas. Por um lado, os módulos lecionados serviram sobretudo para esclarecer a função do FMI em termos das alterações climáticas, da gestão verde e das ferramentas de avaliação climática, bem como os condicionalismos e as oportunidades associados à mobilização de recursos do setor privado para a luta contra as alterações climáticas”.
Ives Eric Kouassi
Chefe do departamento de Promoção de Matrizes Ambientais
Departamento de Qualidade Ambiental e Prevenção de Riscos
Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Transição Ecológica.


Workshop na Nigéria – 25 a 29 de setembro de 2023

“Como responsável pelo banco central, debato-me constantemente com a função que o banco central deve desempenhar na promoção da agenda das alterações climáticas. Este workshop em particular representou a minha primeira lição abrangente sobre as implicações macroeconómicas e financeiras das alterações climáticas e as políticas de mitigação e adaptação necessárias para cumprir o Acordo de Paris. A oportunidade de interagir e aprender com colegas de outras instituições da sub-região foi inestimável. Estou agora melhor preparada para contribuir para o desenvolvimento de políticas em matéria de alterações climáticas no Banco do Gana”.
Natalia Owoo
Economista/diretora-geral adjunta
Banco do Gana
Gana
O workshop sobre alterações climáticas e políticas macrofinanceiras foi fantástico. Para alguns de nós, foi uma oportunidade para aprender bastante sobre o Fundo Fiduciário para Resiliência e Sustentabilidade (RST), administrado pelo FMI, designadamente em matéria de condições de elegibilidade e financiamento, qualificação, acessibilidade e condicionalidade associadas à concessão do RST. Foi também abordada a questão dos desafios e oportunidades da intensificação do financiamento privado da luta contra as alterações climáticas nas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento (EMED). A nossa profunda gratidão aos patrocinadores, organizadores, moderadores e anfitriões de um workshop bem preparado, planeado e executado”.
Alhaji Bangura
Diretor-adjunto
Ministério das Finanças e do Desenvolvimento Económico
Serra Leoa
“O curso veio em boa hora para Cabo Verde, que está, neste momento, a negociar um RSF com o FMI. Neste sentido, o curso ajudar-nos-á a definir as melhores políticas e selecionar os melhores projetos, visando cumprir os objetivos assumidos de redução de CO2, criação de resiliência na nossa economia, alcance do desenvolvimento sustentável e contribuir para a construção de um mundo melhor e mais amigo do ambiente”.
Carlos Bentub
Economista
SPAME - Direção Nacional de Planeamento
Ministério das Finanças e Fomento Empresarial
Cabo Verde


Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) Workshop de supervisão macroeconómica para Avaliações pelos pares


O ATI colaborou com os secretariados da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Comité de Governadores dos Bancos Centrais (CCBG), para oferecer um Workshop de supervisão macroeconómica, no contexto das próximas Avaliações pelos Pares por vários estados membros da SADC. O workshop decorreu entre 20 de novembro e 1 de dezembro de 2023, em Joanesburgo, África do Sul. Contou com 44 participantes do Botsuana, Namíbia, Tanzânia (países da avaliação), Angola, Essuatíni, Zâmbia e Zimbábue (países avaliadores). Este workshop colaborativo tem sido oferecido nos últimos 8 anos, mas este ano foi realizado pela primeira vez num formato de curso de duas semanas. O workshop incluiu temas dos quatro cursos principais do programa do Instituto para o Desenvolvimento de Capacidades (ICD): previsão macroeconométrica, previsões imediatas, programação e políticas financeiras e diagnóstico macroeconómico. Max Alier, representante residente do FMI na África do Sul, proferiu uma palestra geral sobre a abordagem do FMI à supervisão, enquanto Luchelle Soobyah e Jeffrey Rakgalakane proferiram uma palestra como convidados, sobre o modelo de projeção trimestral e as previsões imediatas do Banco de Reserva da África do Sul (SARB).

“O curso foi muito útil no reforço de capacidades e na melhoria de competências em termos de políticas financeiras e programação, modelação, diagnóstico e previsão macroeconómica. Os conselheiros demonstraram deter conhecimentos com alto nível de precisão e sofisticação científica, que procuraram transmitir de forma clara, assertiva e objetiva”.
Martins Paulo Afonso,
Chefe de departamento
Departamento de Política e Gestão Macroeconómica
Direção Nacional de Estudos Socioeconómicos



Hobby M. Simuchile
Diretor de Supervisão Macroeconómica
Secretariado da SADC
“O curso, que conjuga eficazmente temas como programação e políticas financeiras, modelização e previsão macroeconómica, diagnóstico macroeconómico e sustentabilidade da dívida, apresentados ao longo de duas semanas de intensa aprendizagem, superou as minhas expetativas. Os conteúdos do curso serviram de ferramentas úteis para o levantamento do panorama económico regional e a avaliação pelos pares”.


SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE A INICIATIVA DO BANCO “AUTOESTRADA DA INFORMAÇÃO EM ÁFRICA”: 11 A 15 DE DEZEMBRO DE 2023


Recentemente, o ATI acolheu um seminário sobre a Autoestrada da Informação em África (AIH), organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) em colaboração com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O seminário, que reuniu 46 participantes de vários países africanos, centrou-se em dois temas-chave:
  • reforço da capacidade para melhorar a prontidão da divulgação de dados macroeconómicos, em particular na Página de Dados de Resumo Nacional (NSDP – National Summary Data Page), para os países lusófonos e anglófonos que participam no Sistema Geral de Divulgação de Dados reforçado (e-GDDS) do FMI.
  • aumento da capacidades dos países, para melhorar o acesso aos dados, através da implementação bem-sucedida do projeto conjunto em curso financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pela Fundação Bill e Melinda Gates. Este projeto visa apoiar a aplicação da Estratégia para a Harmonização das Estatísticas em África (SHaSA 2).
O ATI EM NÚMEROS






Entre julho e dezembro de 2023, 583 quadros de 46 países da África Subsariana participaram em cursos do ATI. A procura continua bastante elevada, com o total de candidaturas durante este período a cifrar-se em 2192, sendo, em média, quase 4 vezes superior à oferta.

A percentagem de participantes do sexo feminino em relação ao total foi de 44%, ou seja, uma taxa de aceitação de candidatos do sexo feminino (33%) superior aos candidatos do sexo masculino (20%).



FORMAÇÃO DO ATI



Entre julho e dezembro de 2023, o ATI organizou 19 cursos sobre temas essenciais do FMI e novas prioridades, incluindo, entre outras, FinTech, clima e compilação de dados. Em seguida, destacamos três destes cursos, sendo que os restantes estão elencados no Quadro 1.

FORMAÇÃO DO ATI

Política Monetária
31 de julho a 11 de agosto de 2023


Manuel Tiago Dias, Governador do Banco Nacional de Angola

O curso presencial de Política monetária atraiu 32 participantes de 22 países, 16 dos quais mulheres e 10 de países frágeis. Este curso, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento das Capacidades, proporcionou uma visão abrangente dos regimes de política monetária, mecanismos de transmissão monetária e papel da política monetária na estabilização macroeconómica. As palestras apresentaram os conceitos teóricos básicos, enquanto os workshops e estudos de caso aprofundaram o conhecimento dos participantes e ajudaram a comparar e avaliar várias experiências. Os participantes registaram um ganho de aprendizagem substancial de 18,1, com 72% dos participantes a pontuarem 60% ou mais. O curso contou com duas palestras a cargo de oradores convidados: o governador do Banco Nacional de Angola, que apresentou a evolução da política monetária no seu país e as suas perspetivas para o futuro, enquanto o Andrew Berg, vice-diretor deste Instituto, discutiu o Quadro Integrado de Políticas. O curso recebeu uma classificação geral de 4,7 (em 5).


Temas selecionados na regulação e supervisão das FinTech (SIFR)
30 de outubro a 2 de novembro de 2023


O curso SIFR, ministrado pelo departamento de Mercados Monetários e de Capitais, centrou-se na evolução mundial da regulação das FinTech, nas implicações das grandes empresas tecnológicas (BigTech) nos serviços financeiros e de uma abordagem tecnologicamente neutra em matéria de regulação ao nível das políticas, no crescimento da tecnologia de supervisão (SupTech) e na necessidade de colaboração entre os setores público e privado no domínio da tecnologia regulamentar (RegTech). Em matéria de dinheiro digital, o curso incidiu sobre as stablecoins de dinheiro digital público e privado, o dinheiro eletrónico e respetivas implicações políticas, efeitos macrofinanceiros e riscos. O curso incluiu estudos de caso práticos sobre a regulação da tecnologia financeira e exercícios de autoavaliação sobre os principais aspetos do dinheiro digital, dando aos participantes a oportunidade de colocar em prática o que aprenderam, com exercícios de grupo e apresentações. O workshop contou com 32 participantes, de 22 jurisdições diferentes da ASS, incluindo 7 países da lista de países frágeis e afetados por conflitos. Os questionários, estudos de caso e trabalhos de grupo revelaram um bom nível de interação e entusiasmo entre os participantes.


Política e administração fiscal, Teoria e Prática
24 de novembro a 1 de dezembro de 2023


Este curso virtual de 1 semana, apresentado pelo Departamento de Finanças Públicas (FAD), forneceu alguns conhecimentos básicos sobre como a equipa do FMI avalia os sistemas fiscais de vários países, como melhorar a conceção da política fiscal e que mudanças na administração fiscal se recomendam para aumentar a mobilização de receitas. O curso abordou questões-chave ligadas à conceção e execução de políticas fiscais e eficácia da administração fiscal. Os participantes destacaram os desafios comuns enfrentados pelas suas jurisdições para aumentar a mobilização de receitas. Os peritos do FAD destacaram o trabalho do FMI com os ministérios das finanças para ajudar a melhorar os seus sistemas fiscais e aumentar as receitas para cumprir os objetivos sociais e de desenvolvimento de cada país.


WEBINÁRIOS/ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO




Para complementar a formação presencial e diversificar as modalidades de prestação de atividades de DC, o ATI organizou 8 eventos complementares aos cursos (webinários, conferências virtuais, workshops e atividades de sensibilização) entre julho e dezembro de 2023. Três encontram-se resumidos no Quadro 2, ao passo que os outros dois são apresentados abaixo.



WEBINÁRIO
Transformando as finanças públicas através da GovTech
12 de setembro de 2023


Em 12 de setembro de 2023, o ATI sediou um webinário sobre a transformação das finanças públicas e operações governamentais impulsionadas por inovações tecnológicas, geralmente designadas por “GovTech”. O fosso digital entre países e dentro de cada país continua a persistir, tendo mesmo aumentado, se se tiver em conta a qualidade da ligação à Internet. Este webinário resumiu as conclusões de uma Nota de Discussão do Corpo Técnico (SDN2023/004) do FAD, evidenciando que muitos governos não foram capazes de aproveitar todo o potencial da digitalização. O webinário abordou o importante papel dos governos na facilitação da adoção digital, intervindo tanto do lado da oferta (investimento em infraestruturas) como do lado da procura (aumento do acesso a serviços de internet) e os dividendos potencialmente significativos da adoção digital para a cobrança de receitas e eficiência das despesas e para resultados em matéria de educação, saúde e redes de segurança social. Foi também salientado que a digitalização não substitui a boa governação e que são necessários planos de reforma abrangentes, incorporados nas estratégias digitais nacionais, combinados com reformas jurídicas e institucionais, para garantir que os governos usufruam de todos os benefícios da digitalização e giram adequadamente os riscos.


Perspetivas Económicas Regionais para a África Subsariana de Outubro de 2023
7 de novembro de 2023


No dia 7 de novembro de 2023, o ATI realizou uma apresentação do relatório Perspetivas Económicas Regionais: África Subsariana, do outono de 2023. O relatório, intitulado “Uma luz no horizonte?”, foi apresentado por Saad Quayyum, economista sénior do Departamento da África do FMI. A apresentação abordou a melhoria gradual das perspetivas para a região em termos de crescimento, inflação e melhoria das finanças públicas, mas também destacou riscos em sentido descendente significativos, nomeadamente os decorrentes do aumento da instabilidade política e da desaceleração da atividade económica na China. Foi também salientada a crescente divergência entre as economias pobres em recursos naturais, com melhor desempenho em relação aos produtores de recursos. Em matéria de políticas, o seminário sublinhou a necessidade de controlar a inflação em mais de uma dúzia de países, como forma mais eficaz de gerir pressões cambiais significativas, lidar com a persistência de vulnerabilidades elevadas da dívida face à continuação da contração do financiamento e as amplas reformas estruturais necessárias para aumentar o rendimento per capita. O seminário contou com a participação de 90 funcionários de toda a ASS, com perguntas centradas na forma de gerir a transição climática e nos fatores que impulsionam o crescimento mais lento nas economias ricas em recursos naturais. Na sua intervenção, Saad Quayyum destacou ainda algumas das notas analíticas do FMI que apoiam as suas perspetivas, que abrangem as relações económicas da ASS com a China, alguns princípios e compromissos na reestruturação da dívida e formas de financiar o desenvolvimento numa era de austeridade.


SEMINÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO ENTRE PARES E DO ATI




Durante o período de julho a dezembro de 2023, o ATI recebeu o seminário de investigação entre pares, para ajudar a expandir as redes de investigação na região da ASS e oferecer uma plataforma para os técnicos interessados das organizações governamentais e os académicos da região apresentarem as suas investigações em curso. O seminário abordou um documento sobre a “Restrição externa e pró-ciclicidade da política monetária do Banco dos Estados da África Central (BEAC)”, no dia 31 de julho de 2023, e contou com a presença de 176 participantes. O apresentador Francis Ngomba Bodi, do Banco Central dos Estados da África Central, teve a oportunidade de discutir o artigo com Engin Kara, da Universidade de Economia de Cardiff. Todas as apresentações estão disponíveis aqui, em inglês, francês e português.

COMENTÁRIOS DOS PARTICIPANTES


132 ...ótima experiência resultante do encontro com vários países de continente africano. Bolanle, Samson Falade, estatístico, departamento de Estatística, Agência Monetária da África Ocidental, departamento de Estatística, Agência Monetária da África Ocidental
AT23.38 Estatísticas da Dívida Externa
Um dos workshops em que participei em representação do FMI, nas Maurícias, foi o de “Estatísticas da Dívida Externa”. Foi uma ótima experiência poder conhecer pessoas de vários países do continente africano. Os objetivos do workshop eram: i) ajudar a compreender corretamente os conceitos e as definições de dívida externa, ii) introduzir os princípios contabilísticos e de registo da dívida externa, iii) familiarizar os participantes com a composição de instrumentos da dívida externa e iv) debater a aplicação do acréscimo de juros na medição da posição da dívida externa bruta. As palestras foram impactantes e os palestrantes tinham um conhecimento profundo do curso. Os organizadores demonstraram grande profissionalismo, proporcionando aos participantes um ambiente de aprendizagem adequado.

132 ...esta formação deu-me a vantagem de me familiarizar com as relações internacionais do FMI. Ankou Yawo Gabla, inspetor, Tesouro Público, Direção-Geral do Tesouro e Contabilidade Pública, Togo
AT23.43 Workshop sobre o Quadro Conjunto de Sustentabilidade da Dívida do Banco Mundial e FMI para os Países de Baixo Rendimento (QSD-PBR)
De facto, de 11 a 15 de setembro de 2023, nas Maurícias, participei no workshop sobre o quadro de sustentabilidade da dívida dos países de baixo rendimento (QSD-PBR), liderado conjuntamente pelo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Instituto de Formação para África (IFA). No final desta formação, as experiências adquiridas durante esta semana permitiram-me ter uma visão global da economia de um país, das inter-relações entre setores, da autoconfiança e do desenvolvimento das capacidades em termos de gestão da dívida pública e da limitação do risco de sobre-endividamento. Além disso, esta formação deu-me a vantagem de me familiarizar com as relações internacionais do FMI. Em resumo, importa referir que esta formação correspondeu às minhas expetativas. O conteúdo dos módulos e o material que nos foi disponibilizado, em especial o dinamismo dos organizadores do workshop, foi muito adequado.

132 ...reforcei os meus conhecimentos sobre o setor financeiro. Biaguito Lopes, chefe de divisão, Direção-Geral de Estudos Económicos, Ministério das Finanças, Guiné-Bissau
AT23.44V Políticas do Setor Financeiro (FSP)
Ao participar no curso, reforcei os meus conhecimentos sobre o setor financeiro, formas de prevenir riscos financeiros, o efeito do risco sistémico, a assimetria na formação financeira, a criação de almofadas financeiras nos momentos mais favoráveis, as ligações entre agentes. O excesso de crédito na economia pode aumentar o nível de incumprimento, criando um grande risco de crise financeira e, nesse âmbito, levar os Estados a tentar resgatar o setor bancário. Isto acarretaria o risco de um aumento do défice e do stock da dívida, daí a criação do acordo de capital de Basileia I, II e III, para atenuar os diferentes riscos a que os bancos estão sujeitos para que não se tornem ilíquidos e insolventes.

Agradecemos o seu interesse neste boletim informativo!
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BOLETIM INFORMATIVO AGRADECIMENTOS

A 11.ª Edição do Boletim Informativo foi elaborada por Sukhwinder Singh (diretor) e Priscilla Muthoora (economista sénior). Wenda Morin, responsável de programas, coordenou o processo logístico e editorial. Gostaríamos de expressar, em particular, o nosso profundo apreço às seguintes pessoas:
  • Vimal Thakoor, economista sénior, ATI-FMI, Maurícias
  • Nicolas Aragon, economista, ATI-FMI, Maurícias
  • Nadeem Jeetun, analista económico, ATI-FMI, Maurícias
  • Kanand Gooly, chefe da administração, ATI-FMI, Maurícias
  • Deena Veerapen, responsável de programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Diksha Ramdawa, responsável de programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Anna Joorun-Somna, responsável de programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Mokshada Raumnauth, responsável de programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Sandhya Rughoo, responsável de programas, ATI-FMI, Maurícias
  • Shamneez Mohamudbucus, administradora de TI, ATI-FMI, Maurícias
  • Steeve Rackin, técnico de TI, ATI-FMI, Maurícias
  • Carlos de Resende, ex-diretor-adjunto, ATI-FMI, Maurícias
  • Ives Eric Kouassi, chefe do departamento de Promoção de Matrizes Ambientais, ministério do Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Transição Ecológica, Costa de Marfim
  • Natalia Owoo, economista/diretora-geral adjunta, Banco do Gana, Gana
  • Carlos Bentub, economista, SPAME - Direção Nacional de Planeamento Ministério das Finanças e Fomento Empresarial, Cabo Verde
  • Alhaji Bangura, diretor-adjunto, Ministério das Finanças e do Desenvolvimento Económico, Serra Leoa
  • Bolanle Samson Falade, estatístico, departamento de Estatística, Agência Monetária da África Ocidental
  • Ankou Yawo Gabla, inspetor, Tesouro Público, Direção-Geral do Tesouro e Contabilidade Pública, Togo
  • Biaguito Lopes, chefe de divisão, Direção-Geral de Estudos Económicos, Ministério das Finanças, Guiné-Bissau
  • Martins Paulo Afonso, chefe de departamento de Política e Gestão Macroeconómica, Direção Nacional de Estudos Socioeconómicos, Angola
  • Hobby M. Simuchile, diretor de Supervisão Macroeconómica Secretariado da SADC